domingo, 2 de agosto de 2009

SAGRES, um lugar na História e no Património Universal

A Fortaleza de Sagres, considerada como o mais imponente monumento que a força da natureza talhou no Algarve, tem sido, ao longo dos tempos, objecto do culto da nacionalidade e da investigação dos mais conceituados historiadores, nacionais e estrangeiros. Estrategicamente situada no extremo sudoeste da península, marco de passagem para o atlântico norte e águas mediterrânicas, sofreu ao longo dos séculos constantes ataques dos corsários marroquinos, em cuja defesa se distinguiram heroicamente as gentes do barlavento algarvio. Nesta mole imensa edificou o Infante D. Henrique a sua decantada “vila de Sagres”, cuja tradição permanece ainda hoje, bem viva na memória dos povos então dominados pelas velas da Cruz de Cristo. Com a morte do seu fundador acentuou-se-lhe o declínio, acrescido pelas pilhagens e abalos telúricos, mergulhando na mais confrangedora ruína. No âmbito das chamadas Comemorações Centenárias, de 1940 e 1960, concretizou-se a sua reconstrução, devolvendo-se àquela fortaleza um semblante mais consentâneo com os seus pergaminhos históricos. Todavia, o seu aproveitamento para fins culturais não tem sido o mais desejável, residindo na exploração turística, o único benefício que dela se obtém.
Para manter a sua conservação como monumento histórico do mais elevado quilate, propomos que se promova, junto das entidades oficiais, a sua classificação como Património Universal, sob a protecção da UNESCO.


* Texto da comunicação apresentada às VI Jornadas Regionais sobre Monumentos Militares, realizadas em Vila do Bispo, Lagos, Silves, Loulé e Faro, de 28 de Novembro a 1 de Dezembro de 1986, sob a égide da Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos (APAC).

2 comentários:

  1. Gostaria de rever o filme que se encontrava no auditório desde os anos sessenta. Será possível ter acesso a ele? Estará na net? Obrigada pela atenção.
    Maria do Patrocínio Alvega

    ResponderEliminar
  2. Infelizmente esse filme já não se encontra ao público. Era muito elementar e tinha uma mensagem excessivamente nacionalista.
    De qualquer modo penso que existe uma cópia na cinemateca nacional.

    ResponderEliminar