domingo, 16 de agosto de 2009

Reis d’Andrade, o jornalista da Branca Noiva do Mar


J. C. Vilhena Mesquita

Sempre que me lembro da vetusta aldeia da Fuzeta ou se por mero acaso os meus caminhos se cruzam com aquela praia de pescadores, ocorre-me logo à lembrança a memória do meu saudoso amigo Reis d’Andrade, que sempre carinhosa e fraternalmente tratei por João de Deus. Era um espírito de eleição e de rara camaradagem, sempre pronto a colaborar em iniciativas de carácter jornalístico, cultural e até desportivo, desde que nelas saísse em relevo a sua “Branca Noiva do Mar”, epíteto por si criado para designar a sua aldeia natal da Fuzeta. Receando que a lembrança da sua memória se vá esvanecendo no coração dos seus conterrâneos, e temendo que os mais jovens ignorem a sua projecção no actual panorama da cultura algarvia, julguei que seria de toda a justiça trazer a estas colunas um breve escorço da sua vida e da sua obra literária.
João de Deus dos Reis Andrade, de seu nome completo, nasceu na aldeia piscatória da Fuzeta a 26-5-1932 e faleceu no Hospital de Faro a 15-3-1998, com 65 anos de idade. Foi poeta, dramaturgo e notável jornalista, sendo, acima de tudo, um homem culto e de grande inteligência, que ao longo da vida se tornou numa respeitada figura da cultura olhanense, cedo evidenciando múltiplos recursos intelectuais, não só como homem de letras, mas também como artista plástico, músico e até como filatelista, já que possuía uma colecção de selos de incontestável valor e interesse cultural. Viveu praticamente a vida inteira na sua Fuzeta natal, onde desempenhou durante décadas as funções de chefe da Secção das Lotas e Vendagem de Peixe. Como no exercício dessas funções sempre cuidasse de zelar pelos interesses dos seus conterrâneos, e como era muito dedicado às coisas da cultura e do desporto local, depressa se tornou no fuzetense mais conhecido no Algarve.
Na verdade, Reis d’Andrade foi na aldeia da Fuzeta um autêntico animador cultural, incentivando sucessivas gerações de jovens a experimentarem o fascínio da Arte de Talma. Ensaiou várias peças de autores nacionais, mas também se lhe ficaram a dever, como dramaturgo de incontestável talento, a autoria de dezenas de peças, que escreveu propositadamente para o Grupo Artístico Fuzetense, uma agremiação de amadores que ele próprio fundou. Por mera curiosidade lembramos aqui algumas das suas peças de maior sucesso que foram representadas por todo o Algarve, cujos títulos passamos a citar, numa sequência que não corresponde à ordem cronológica da sua apresentação pública: A Lenda das Duas Cidades, Histórias da Minha Aldeia, A Branca Noiva do Mar, Os Filhos do Ti Leandro, Alguidares de Barro, Quem Conta um Conto..., Cégada no Carnaval, Quem Matou Juanita Banana, A Grande Excursão, A Grande Farra, As Surdas, As Criadinhas, Os Cravos Vermelhos, etc. Destas só a última foi impressa em livro, talvez por ser dedicada ao «25 de Abril», e, por isso, manter um interesse histórico de âmbito nacional. As suas peças revestiam-se de grande influência regionalista, não só na inspiração temática, como até na caracterização das personagens, nos seus dizeres locais e nas suas indumentárias particulares. Desse modo facilmente o público conseguia distinguir um alentejano, um lisboeta ou um turista estrangeiro, como também entre os algarvios se destrinçava pelo sotaque um olhanense dum farense, ou um lacobrigense dum vilarealense.
A sua paixão pela música levou-o a organizar e a compor as marchas que por ocasião dos Santos Populares se realizavam na Fuzeta, reavivando festejos que haviam caído em desuso. Mas também criou novas festas, como as que realizou em honra de Nossa Senhora do Carmo, para satisfação do fervoroso culto dos marítimos fuzetenses. Nos domínios do profano, acresce dizer que o seu talento de compositor revelou-se não só na música ligeira, como também nas canções populares com que recriou as velhas “estudantinas” que percorriam as artérias de Olhão e de Faro. Curiosamente era um dos mais antigos precursores da música Jazz no Algarve, chegando mesmo a tocar em bares ou em privado com grupos de jovens admiradores das novas correntes musicais, que nos anos cinquenta e sessenta chegavam da América. Era, aliás, dos poucos que na sua aldeia possuía a carteira de músico profissional.
Como artista plástico Reis d’Andrade nunca tratou de prestar justiça nem divulgação ao seu incontestável talento. Desenhava impecavelmente. E não raras vezes caricaturava os amigos, os políticos, os escritores, os artistas e até os jogadores do seu Benfica com um primoroso traço artístico. Existem na posse da família e dos amigos belos quadros representando cenas da faina marítima, pessoas, monumentos e até paisagens campestres. Pintava os próprios cenários para o teatro amador, cujas peças, como já dissemos, era ele mesmo que escrevia e encenava. Esta associação da escrita com o desenho, com as artes cénicas e até com a música, são raras e difíceis de conjugar num homem só, daí o seu inestimável talento e a sua invulgar polivalência intelectual.
No convívio social (sei-o bem porque tive a sorte de ter sido seu amigo) irradiava uma cativante simpatia que prendia os que com ele lidaram de perto, não só pelos seus dotes de oratória como também pelo humor com que descrevia as pessoas e as situações da vida política no Algarve ou no país. Por isso tinha amigos em todo o lado, mesmo até no estrangeiro, mercê da amabilidade com que tratava os turistas que passavam pela praia da Fuzeta. Havia turistas que lhe escreviam a agradecer a afabilidade do seu convívio ou as ajudas prestadas durante as férias no Algarve.
Como escritor possuía uma veia sarcástica de inspiração queirosiana, que se tornaria na sua imagem de marca, não só nas peças de teatro como também nas colunas dos jornais. O seu inconfundível humorismo lusitano deixou-o bem patente na rubrica “O Alto da Torre” que assinou de parceria com o jornalista João Leal no «Jornal do Algarve», em que colaborou, quase ininterruptamente, durante quarenta anos. Nessas colunas ficaram famosas as suas crónicas, de fino recorte humorístico e de acerada crítica social, malhando nos costados da nossa secular incompetência, quer fosse política, económica, cultural, artística ou desportiva. Aliás, o Reis d‘Andrade possuía uma prodigiosa memória, na qual arquivou durante anos certos episódios e figuras típicas do nosso bacoco provincianismo, que por vezes ressuscitava com hilariantes comparações aos tempos actuais. A figura do “ti-Lopinhos” que usava nas suas crónicas jornalísticas era uma espécie de consciência crítica das nossas incapacidades, das nossas vaidades, do nosso balofo patriotismo e do nosso injustificado nacionalismo. Por outro lado, a sua “memória de elefante” servia de tira-teimas nas discussões sobre os nomes dos antigos jogadores de futebol do Olhanense ou do Farense (então do Benfica sabia o nome de todos), os resultados dos desafios, as figuras e datas históricas, as capitais dos países, os nomes de artistas de cinema e do teatro português... enfim, era uma verdadeira enciclopédia de curiosidades e do bric-à-brac do saber universal. Lembro-me até da facilidade e rapidez com que fazia as “palavras-cruzadas” publicadas nos jornais diários. Também era exímio na resolução dos quadros de xadrez, damas, “quebra-cabeças” e “charadas” que os jornais inseriam nas suas edições dominicais. A sua inteligência era não só prodigiosa como verdadeiramente relampejante.
Os créditos jornalísticos ganhou-os ao serviço do «Século», na qualidade de correspondente e colaborador eventual, muito anos antes de se tornar conhecido como cronista do «Jornal do Algarve». Em todo o caso não se cingiu apenas a esse semanário vilarealense, pois que graciosa e desinteressadamente dispersou a sua colaboração por outros órgãos locais, nomeadamente pelo «Correio do Sul», «O Algarve», «Voz de Olhão», «O Olhanense», «O Algarve Desportivo», etc. Além disso, trabalhou na Rádio como jornalista e locutor, fazendo ouvir a sua bela voz de tenor em todo o Algarve.
Não podemos esquecer também que se lhe ficou a dever a organização dos Jogos Florais da Fuzeta, que anualmente ainda se realizam pela mão de Maria José Fraqueza, no encerramento dos quais nunca deixou de prestar homenagem à memória do seu fundador e dilecto conterrâneo.
Como filatelista fez exposições de grande valor e insofismável mérito nacional, deixando uma invejável colecção de muitos milhares de selos para ser prosseguida pelos seus herdeiros. Ao espírito irrequieto e criativo de Reis d’Andrade deve a freguesia da Fuzeta muito do seu desenvolvimento cultural, sobretudo por ter resgatado do anonimato uma simples praia de pescadores que epitetou de «Branca Noiva do Mar», numa feliz alusão à paixão, aos perigos e às ilusões, que aquele humilde povo sente pelo meio físico que lhe deu o cerne.
Pouco antes de falecer, e quando já se encontrava muito doente, o seu amigo e notável homem de Letras, Ofir Chagas, com a cumplicidade da família, mandou editar, em 1997, o Auto dos Cravos Vermelhos, que constitui a mais apreciada e a mais representada das suas peças de teatro.
A Junta de Freguesia da Fuzeta preiteou a memória de Reis de Andrade numa cerimónia pública realizada a 20-6-2000 materializada no descerramento um painel azulejado com desenhos da autoria do próprio homenageado.
Como seu amigo e admirador, não posso deixar de acrescentar que o João de Deus dos Reis Andrade foi uma figura ímpar da imprensa regional e da cultura algarvia. Quem dele se abeirava ficava logo sensibilizado com a sua inimitável boa disposição, com as suas amabilidades e o seu britânico cavalheirismo, visivelmente destacado na maneira elegante de vestir, com um aristocrático papillon e um cachimbo de tabaco perfumado, que, por outro lado, lhe dava o semblante do inspector Maigret. As suas conversas quase sempre desembocavam na aldeia da Fuzeta, nas suas figuras típicas e nas histórias edificantes daquele humilde povo de pescadores. No fundo o Reis d’Andrade personificava a própria Fuzeta, porque quem conhecia a aldeia conhecia-o a ele, pois que se lhe devia na imprensa de quase todo o país a divulgação dessa mítica aldeia de heróicos bacalhoeiros.
Lembro-me a todo o instante do seu bom humor e das suas altissonantes gargalhadas que a ninguém deixavam indiferente. Ao seu lado reinava a boa disposição e a amizade, porque sabia cativar e conservar os amigos, nunca deixando que entre si se interpusesse a maledicência, a intriga, a hipocrisia, o cinismo e o ódio. Não tinha inimigos porque amava a vida e à sua volta fazia todos felizes com ditos sarcásticos, anedotas hilariantes, divertidas cançonetas, imitações burlescas, sonoridades cómicas, enfim... reunia uma infinidade de recursos e aptidões para provocar a alegria e a boa disposição.
Nunca ouvi da boca do Reis d’Andrade uma palavra em desabono de alguém. E neste Algarve, onde campeia a inveja, a hipocrisia, a calúnia e a maledicência, raros eram os que tinham a ousadia de falar mal dele. E se alguém lhe levava ao conhecimento esse prato de fel, recebia em troca bem-humoradas palavras que deixavam as orelhas a arder, tanto de quem as pronunciara como de quem lhas trouxera. Até nisso demonstrava que era um homem raro, incapaz de guardar rancor a quem quer que fosse.
Por fim, cumpre-me louvar o amor e companheirismo que lhe dedicava a sua querida esposa, D. Maria José Marques, que sempre o acompanhou, nos bons e nos maus momentos, também ela uma mulher alegre, de bom feitio e muito bem disposta. À sua paixão de esposa, e ao amor dos seus três filhos, se ficou devendo em 2002 a edição da obra Crónicas do alto da Torre, uma colectânea de temática fuzetense, seleccionada entre as várias centenas de crónicas que sob a designação em epígrafe publicou entre 1956 e 1992 no semanário «Jornal do Algarve», fundado em Vila Real de St.º António pelo seu amigo José Barão, que foi nos anos cinquenta um dos mais prestigiados plumitivos da imprensa nacional.
Com a edição desse livro, infelizmente pouco divulgado entre nós, os seus familiares prestaram a derradeira, a mais condigna e justa homenagem a um dos mais lídimos talentos da cultura popular algarvia, que, sem os atavios estilísticos da nossa moderna intelectualidade, soube legar às gerações vindouras um testemunho realista, e bem humorado, da vivência política, da sociedade e da cultura das gentes da Fuzeta, notável alfobre de heróicos pescadores e de afoitos bacalhoeiros, que demandaram durante décadas as águas geladas da Terra Nova.
O Algarve não pode esquecer este João de Deus, que por ter sido um fiel apaixonado da sua humilde aldeia de pescadores, corre agora o risco de ficar para sempre esquecido e arredado do apreço das gerações vindouras. Este nosso apontamento é uma tentativa de contrariar a ingratidão a que todos estamos sujeitos neste paradisíaco rodapé de trinta léguas.

21 comentários:

  1. Agradeco destas lindas palavras,pois posso dizer que fico conmovida,porque este poeta era o meu tio Joao. Com um Abraco e mais uma vez Obrigado S.Andrade

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  2. Obrigado pela sua visita.
    Na verdade conheci muito bem o saudoso Reis d'Andrade. Era um homem bom e de raro talento, quer para o teatro quer para a poesia. Além disso como jornalista, ou melhor, como cronista da imprensa algarvia, foi do melhor que conheci. Estivemos juntos apenas em ocasiões oficiais, nomeadamente comemorações regionais e encontros da imprensa algarvia. E nessas ocasiões o Reis d'Andrade marcava posição de destaque, não só pela sua inteligência e cultura, como ainda pela sua inimitável boa disposição. Tive ainda a honra de lhe prestar uma sentida homenagem na sua querida Fuzeta por ocasião do 1.ºaniversário do seu falecimento.
    Agradeço-lhe o seu comentário, e louvo-lhe o orgulho de ser sobrinho de um dos melhores poetas algarvios dos últimos anos.
    Um abraço do Vilhena Mesquita

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  3. Muito obrigado. Acrescento que o meu Primo João de Deus também fazia uma bela feijoada de Litão. Bem picante..... Super deliciosa.....
    Muitas saudades da amimação que a Fuzeta tinha...... peças de teatro no Largo da Fuzeta.....o Carnaval.... Foi muito bem resumido e o principal foi bem escrito. Ass ZM Produções

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  4. É sempre díficil, escrever sobre uma pessoa, que tanta falta nos faz.Hoje como ontem, o João de Deus esté sempre presente nos nossos corações. Um comunicador nacto, e em especial um fazedor de amigos, por isso e por tudo o que fez na sua Fuzeta terra que muito amou, jámais será esquecido.
    18/09/211

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  5. Fêz no dia 15 do corrente, 14 anos que o Joâo de Deus partiu.
    Ele, deixou um vazio enorme.O João de Deus, era um homem que tudo o que fosse para enaltecer a sua terra, ele estava sempre presente. Os seus teatros, sempre a favor de algo, as suas Marchas,as suas crónicas, os passeios com os amigos etc.etc.
    Tudo o que ele fez ,ainda hoje se comenta, como se ele ainda cá estivesse

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  6. Muito obrigado pelo seu comentário. Também eu sinto a falta do João de Deus, sobretudo pela sua alegria de viver, e pela paixão que tinha à sua Branca Noiva do Mar. Nunca é cedo nem demais lembrar a grande generosidade cultural deste grande algarvio e notável homem de letras. Poucos se lhe comparam na grandeza e profusão das iniciativas culturais promovidas em prol da sua terra e do Algarve em geral.

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  7. Maria José Reis Andrade29 de março de 2012 às 14:44

    Caro Dr. Vilhena,é com imensa gratidão, que hoje sinto necessidade de responder, agradecendo-lhe também, esta página dedicada ao João de Deus.É muito gratificante para mim e meus filhos,sentir-mos que ele ainda continua na Lembrança e Memóriade de muitos amigos, em expecial do senhor.O meu muito comovido obrigado por tanta gentileza.

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  8. Prezada Maria José
    O meu amigo João de Deus nunca será esquecido, enquanto estiverem vivos os que conheceram o seu diamantino carácter e o seu lapidar talento. Vivemos hoje tempos de ignorância e de pobreza material, a que se junta lamentavelmente a pobreza espititual. Mas as obras que ele deixou serão imortais, mesmo que os nossos alisbonados políticos achem que não passamos de uns pacóvios provincianos sem valor.
    Votos de feliz Páscoa.

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  9. Drº. Mesquita
    Navegande pela internete, deparei com o vosso blogspot.pt/2009,e
    gostei do que ali está exposto à cerca de Reis de Andrade.
    No passado Mês de Abril, fui passear à Fuzeta, e numa parede da Junta de Freguesia, está um lindo painel em homenagem ao seu amigo João de Deus como o senhor o trata,acheio curioso também porque o desenho do dito painel é obra do mesmo.Andando mais uns passos
    deparei-me com uma feira do livro, também numa das instalações da
    mesma Junta, que por sinal está cedida, a uma Associação denominada Foz do Êta, e quem é o presidente nada mais, que o filho mais novo de Reis de Andrade, e também faz parte da mesma sua irmã.Dei uma volta pelos livros e comprei Crónicas do Alto da Torre.Li gostei e fiquei com a sensação que no momento em que estava a lê-las eu também estava inserido no texto, não sei se me estou a explicar bem,mas aquelas c´ronicas são engraçadas e no final,deixa-nos um àlerta para algo, talvêz não passe de impressão minha.
    Senti-me comovido com com os testemunhod de seus filhos.
    Hoje como ontem
    Admiro o teu incomparável talento artístico
    E a capacidade de construir amizades em teu redor
    Hoje como ontem
    Sinto um enorme orgulho em ti
    Hoje como ontem
    Estás presente, pai

    Teu filho Filipe

    A ti Pai
    Que tão bem, soubeste brincar com as palavras
    E criar pequenas maravilhas
    Que ao longo dos anos nos têm feito, rir e chorar...
    A ti, porque foste simplesmente meu Pai
    O meu muito obrigado.
    Da filha Dida

    Grande parte de ti
    Está no meu sorriso
    E na minha maneira de ser
    Obrigado Pai

    Teu filho David

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  10. Obrigado pelo seu comentário. É um testemunho de grande vivacidade e realismo. Também eu fiquei comovido, sobretudo com os poemas dos filhos.
    Volte sempre ao convívio deste blogue e não se acanhe em deixar o seu testemunho.

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  11. Faria hoje 80 anos. Ele que sempre amou a vida, enalteceu as suas gentes e levou o nome da sua Branca Noiva do Mar além fronteiras. Obrigada Sr.Mesquita por perpétuar a memória do meu pai.

    dida

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  12. Srº dr. Mesquita:
    Ontem, foi o funeral de uma senhora da Fuseta,que me fez voltar ao passado, e lembrar-me de alguns acontecimentos, passados precisamente com o João de Deus e mais Três pessoas.
    O João, nos anos cinquenta, tinha 19 ou vinte talvez, não sei precizar convidou as tres pessoas que atrás citei para com ajudar algumas famílias extremamente carenciadas.Ele encarregou-se de
    falar com pessoas um pouco mais abastadas e convidá-las para mensalmente
    contribuir para esse fim.Ele consegui arranjar um bom grupo.Assim o tesoureiro,que era um dos três convidados, quando
    o João lhe preguntava se já havia verba para ajudar algúém, ele
    um dia respondeu vamos começar, a ajudar quem precisa.Foi essa senhora que partiu ontem, a primeira pessoa a ser ajudada por este grupo de voluntários.E quando ele e outra pessoa lá foram, sem saberem, a senhora tinha tido uma linda menina, que tem hoje 60 anos.O voluntariado neste aspecto durou mais dois 3 anos, porque felizmente e graças a Deus a pesca voltou com abundância à Fuzeta.

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  13. Conheçio as crónicas de Reis de Andrade, através do Jornal do Algarve, porque fui assinnante do mesmo, até o Reis de Andrade partir.Gostaria de o ter conhecido pessoalmente, mas infelizmente tal não aconteceu. No entanto admiro imenso o seu enorme talento e
    a maneira como Ele tinha de atravéz das
    crónicas, enviar as suas mensagens.Foi uma enorme perda para a cultura o seu passamento.Adoro um poema que ele escreveu, cujo nome é a LANCHA DO TI'GORRITA.
    Obrigado pelo seu programa, até sempre.

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  14. Saudades do meu Tio João e da alegria que transmitia,era o meu tio preferido,é bom poder recorda-lo,pelo seu carácter e tanta coisa que deixou,fica para sempre no coração e memória de quem gostava dele.
    Onde estiver,sei que estará feliz por ser recordado sempre!


    Adelaide Andrade

    ResponderEliminar
  15. Saudades do meu Tio João e da alegria que transmitia,era o meu tio preferido,é bom poder recorda-lo,pelo seu carácter e tanta coisa que deixou,fica para sempre no coração e memória de quem gostava dele.
    Onde estiver,sei que estará feliz por ser recordado sempre!


    Adelaide Andrade

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  16. Maria José Reis andrade31 de março de 2013 às 15:50

    Caro José Vilhena
    Que neste domingo de Pascoa, se encontre Feliz e de Boa saúde
    na companhia dos todos os seus queridos.
    Cumprimenta-o a
    Maria José andrade

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  17. Prezada Maria José
    Muito obrigado pelos seus votos, que retribuo com muita amizade.
    Um grande abraço do Vilhena Mesquita

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  18. Maria José -Reis Andrade15 de março de 2014 às 14:06

    Faz hoje 16 anos ,que partiu o João de Deus,...deixou um enorme vazio e imensa saudade na sua familia, e também na sua Fuzeta terra que ele tanto amava...

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  19. Dr. Vilhena, muito obrigado pelas amáveis palavras. Decidi dar o meu contributo, neste dia especial, através de uma espécie de carta aberta para o seu grande amigo, que eu sempre conheci como Avô Johnny.
    "15 de março de 1999. Esse foi o dia em que nos deixaste. Passaram 17 anos e muita coisa mudou, sabes? Umas para melhor, outras nem por isso... Deixa-me partilhar contigo algumas ocorrências, para ficares a par do que se está a passar.
    O Sport Lisboa e Benfica, que tanto gostas, está muito forte! Acho que vamos conseguir renovar o título de campeões nacionais!
    A nossa Fuzeta perdeu a freguesia... A pior coisa foi que nada pudemos fazer para evitar que isso acontecesse! Agora tem o nome lindo e maravilhoso de "União das freguesias de Moncarapacho e da Fuseta". Fica no ouvido, não fica? E o facto de ser com "s" em vez de "z"? Só coisas boas... Eu ignoro e escrevo com "z"!
    Falando um pouco de mim... Já terminei a minha licenciatura em Ciências da Comunicação, mas arranjar emprego não está fácil. O mercado está muito fechado. Ninguém quer dar oportunidades ao jovens. Se algum dia for bafejado pela "sorte" e tiver uma chance, espero conseguir provar todas as minhas qualidades. A ver vamos como isto corre. É preciso é calma...
    Seria muito interessante ouvir as tuas palavras, sabes? Acredito que poderíamos ter umas belas discussões sobre o jornalismo em Portugal. A nova escola tem muito para aprender com os mais velhos e experientes. Para evitarmos os erros do passado, só temos de comunicar. Aprender contigo seria mágico, mas não vai acontecer... Mas, atenção, asseguro-te que podes estar descansado, pois eu estou bem entregue. O teu filho mais novo - o meu pai -, juntamente com a minha mãe, a minha tia e os teus grandes amigos e compaheiros, os meus avós, certificam-se diariamente que eu me torno na pessoa que eles, com tanto amor e carinho, criaram.
    Lembro-me tão pouco de ti... Era muito pequenino quando partiste (para um lugar melhor, espero). A nossa memória é tão traiçoeira. Mas nunca me esquecerei de ti... Disso, eu não duvido...
    Acho que não tens ideia da falta que fazes à tua terra, à tua família e aos teus amigos. Sempre que os meus avós me falam de ti, sinto sempre um aperto no coração, porque consigo ver perfeitamente o que és para eles, mesmo que estejas .. longe. Há coisas que não mudam. O sentimento é demasiado forte para ser derrotado por algo tão banal como a .. distância.
    E com estas palavras me despeço. Não sei se deva dizer que nos vamos voltar a ver... A única coisa que sei é que gostava muito que isso acontecesse.
    Um grande abraço do neto,
    Nuno Miguel Andrade"

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  20. Prezado Nuno:
    Fiquei muito sensibilizado com a tua "carta aberta" para o nosso saudoso Reis d'Andrade. Infelizmente atravessamos um tempo muito difícil para todos, sobretudo para as gerações jovens que têm sido castigadas com a falta de emprego, mercê da incompetência dos nossos políticos que levaram o país à bancarrota. Se o Reis d'Andrade fosse vivo estou certo que já teria escrito muitas crónicas contra a corrupção e o compadrio que se tem vivido no seio dos partidos políticos. Desejo-te as maiores felicidades. Vilhena Mesquita

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  21. Tenho saudades...saudades do vizinho, do amigo, do pai dos meus grandes amigos, do marido da minha amiga...saudades não só do homem mas também do artista. Cresci na casa dele e com a família dele aprendi e tive vivências que de outra forma séria impossível. Ainda tenho na minha memória objectos que criou e que ainda existem . Seria fantástico se ainda estivesse entre nós, não sendo possível, o seu legado esta aí para ser conhecido e reconhecido
    Aos meus amigos Dida e David e FIlipe, foram uns felizardos por terem tido um pai assim ! Bjs para vocês

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