terça-feira, 11 de junho de 2013

Em memória do meu colega e amigo António Rosa Mendes

Morreu o historiador António Rosa Mendes. Calou-se para sempre a voz da eloquência algarvia, o verbo da mediação cívica e da desinteressada ação política, que tudo fez para engrandecer a sua pátria natal. Foi um cidadão exemplar, humilde e desprovido de vaidades, que soube granjear o respeito dos seus conterrâneos e admiração pelos seus colegas e alunos. Acima de tudo foi um homem íntegro, desprendido de interesses, com um forte caráter e de princípios éticos que serviram de exemplo a todos os que o conheceram ou com ele conviveram. Como humanista e homem de cultura, deixou uma vincada imagem de erudição, atestada na vasta obra legada em livro, mas também nas conferências que pronunciou e nos congressos e colóquios, nacionais e internacionais, em que participou. Deixou-nos na memória a recordação do académico competente e do historiador proficiente, do jurista impoluto e do editor mecenas. Mas também guardamos dele o acrisolado amor regionalista e a convicção algarviísta que a todos compete imitar.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Evocação da saudosa memória da poetisa Quina Faleiro

     No passado dia 25 de Maio tive o grato prazer de assistir à inauguração da Praceta Joaquina Faleiro, uma brilhante poetisa de quem tive o grato prazer de ser amigo. A cerimónia teve muita dignidade e alguma emoção, transmitida pelos familiares e amigos que nela estiveram presentes. Embora sem a pompa e circunstância de outros eventos, o certo é que a presença do presidente da edilidade  engº Macário Correia, bem como de toda a vereação e de alguns deputados municipais, conferiu àquela singela cerimónia um comovente momento de reflexão e de evocação poética. O Presidente Macário Correio teve a gentileza de proferir um breve discurso, com palavras de muito apreço e de sentida admiração, após o que, em parceria com a nora da homenageada, descerrou a placa toponímica.
     Como a Quina Faleiro (era assim que fraternalmente a tratávamos, e foi esse o seu nome literário que adoptou) possuía um enorme talento para a poesia, lembraram-se os seus companheiros da Tertúlia Hélice de evocar a sua memória através da leitura de alguns dos seus sonetos, extraídos do livro que publicou em vida, «Choram Meus Dedos», mas também da obra editada postumamente pela AJEA Edições com o titulo «Viagem dos Sentidos». Foi uma breve e efusiva homenagem cultural, à qual o presidente e a comitiva autárquica emprestou o carácter oficial da sua presença. A comitiva partiu para outros eventos que nesse dia tiveram igualmente lugar, incluídos num vasto programa de inaugurações com o qual a vereação de Macário Correia pretende demonstrar a eficácia da sua administração.
    Acima de tudo foi um belo momento de convívio cultural, debaixo de um radioso sol primaveril, durante o qual nos lembramos com imensa saudade da Quina, mas também de outros amigos, poetas, escritores e artistas, que faziam parte da AJEA e entretanto nos deixaram, mas dos quais nunca nos esqueceremos.
    Para evocar a saudosa memória da poetisa Quina Faleiro aqui deixo, para reflexão pública, o texto que escrevi para a sessão de homenagem póstuma que a AJEA lhe prestou, a 11-3-2006, no auditório da Biblioteca Municipal de Faro, onde estiveram presentes numerosos amigos, poetas e admiradores, para além de representantes da autarquia e do Governo Civil.