Este artigo descreve os primórdios do futebol no Algarve, mencionando entre outros factos a carreira notável do Sporting Olhanense, que em 1924 se sagrou campeão nacional, título que ainda hoje a Federação Portuguesa de Futebol teima em não reconhecer, pelo facto desse campeonato não haver sido disputado nos moldes atuais. A preocupação deste texto consiste em não deixar cair no esquecimento a interferência que nesse tempo exercia a política na vida desportiva nacional, com particular ênfase no futebol por ser o que mais concitava as atenções populares. Os ideais políticos do nacionalismo fascista fizeram-se notar aos olhos do público num desafio entre seleções regionais, para dar mais qualidade ao futebol praticado e atrair o interesse do público. Num confronto entre as seleções de Lisboa e do Algarve, deu-se um caso de exacerbado nacionalismo, para não dizer de xenofobia, ao não permitir que a seleção algarvia fosse capitaneada por um atleta estrangeiro, exigindo o adversário, e até os próprios algarvios, que a equipa fosse capitaneada por um português. Creio que o caso merece ser aqui lembrado para que não retornem estes bacocos sentimentos do nosso passado nacional-fascista.
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