A situação económica da
agricultura algarvia foi sempre deficitária, mercê dos baixos índices de
produtividade e de rendimento, suscitados pela desigual distribuição social da propriedade,
pelo baixo investimento financeiro e pelo atraso científico-tecnológico, que –
desde o período de reestruturação político-económica levado a cabo nos finais
do séc. XVIII pelo consulado pombalino – dependia da reformulação de novas
estratégias para a potencialização dos recursos endógenos. Além disso, os
factores naturais de dinamismo energético, como a amenidade climática, os
recursos hídricos e a fertilidade dos solos, só foram aproveitados na vigência
do Liberalismo, e com especial acuidade no declinar de Oitocentos.
Acrescente-se, por fim, que o sector dependia de factores extrínsecos, como a
estrutura social da terra, a educação agrícola, o investimento integrado e as
leis de mercado, entre outros elementos de fomento ou de desagregação do
sector. Por outro lado, vemos que essa dualidade se distribuía numa
geo-economia do espaço entre a beira-mar e as terras altas da serra algarvia.
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