Em 17 de Abril de 1984 publiquei no
vespertino «Dário de Notícias» um artigo sobre o poeta Emiliano da Costa cujo
primeiro centenário do seu nascimento se comemorava nesse ano, sem a pompa nem
a circunstância que a memória daquele notável vate justamente merecia. Para lhe
enaltecer o talento e lembrar a importância da sua obra literária, aproveitei o
ensejo para visitar a antiga residência do poeta, em Estoi, e sugerir a sua
conversão em Casa-Museu, à semelhança do que já ocorrera com Ferreira de Castro
e José Régio. A ideia, embora não fosse difícil de concretizar, não teve,
porém, a repercussão expectável junto das autoridades locais e regionais.
Passados praticamente trinta anos a ideia mantém-se atual, mas infelizmente por
concretizar. Os herdeiros da residência, já não serão provavelmente os mesmos
que conheci. E temo que o valioso espólio, que então pude observar, já não se
conserve na sua integridade.
Para que o meu alvitre, e a minha
sugestão de fomento cultural, não permaneça no olvido, decidi recuperar esse
artigo e deixá-lo aqui transcrito na sua versão original.