terça-feira, 23 de setembro de 2014

Um presépio napolitano do século XVIII no museu paroquial de Moncarapacho

Este presépio napolitano, cuja autoria julgo pertencer a Giuseppe Sammartino, é composto por 45 peças (onze das quais são representações animalistas), propriedade da riquíssima casa Júdice Fialho, grande impulsionadora da indústria conserveira e do comércio português além fronteiras, que após o seu desmoronamento, suscitado pelas consequentes partilhas da fortuna, acabou por ir parar às mãos do Asilo de Santa Isabel, em Faro, mercê de uma doação feita, ainda em vida, pela viúva daquele famoso industrial. Durante largos anos, por altura dos festejos natalícios, este esplendoroso conjunto artístico foi reunido e exposto ao público, que, deste modo, pôde apreciar «in-loco» a riqueza, o talhe e a expressão das encantadoras figuras. Mas o correr dos tempos associado ao desconhecimento do valor das próprias peças permitiu que o desleixo fosse generalizado e que o abandono originasse, progressiva e irreversivelmente, um processo de desagregação que levou inclusivamente à destruição de algumas peças.

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